Saiba os tipos de garrafas de vinho e suas diferenças

A produção de vinho se confunde com a história da humanidade. E a vinicultura foi desenvolvida em paralelo com a preocupação de como acomodar o vinho para sua conservação e transporte. Na antiguidade, os vinhos foram acondicionados em odres de couro, jarros de barro e, em algumas regiões do oriente, até mesmo em cabaças.

Por isso, quando os vinicultores da Europa do século XVII passaram a envazar o vinho em garrafas de vidro o ganho foi exponencial na preservação dos sabores, logo sendo difundido e consagrado o uso de garrafas de vidro em todo o mundo conhecido.

Em três séculos foram desenvolvidos muitos tipos e modelos de garrafa, com vidro claro ou escuro. Assim como a relevância das informações sobre o vinho contidas em cada rótulo, o formato de cada garrafa prestava à conservação do precioso néctar, mantendo suas características, cores, aromas e sabores.

Tipos de garrafas de vinho

Os especialistas em vinhos pontuam que a modelagem das garrafas atende aos propósitos de conservar e servir o vinho à mesa. Tantos tipos e formatos: a bordeaux, a champenoise, a porto ou bourguignonne, para valorizar e servir bem o seu conteúdo. E cada garrafa possui uma anatomia própria com suas formas e partes: gargalo, pescoço, ombro e o bojo.

A base: é a área de apoio da garrafa, marcada por uma concavidade, maior ou menor, dependendo do tipo de vinho que irá acomodar, que serve para evitar o acúmulo de sedimentos (borra) e favorece o amadurecimento da bebida.

O bojo: é o corpo, a maior área da garrafa.

Os ombros: saliências entre o bojo e o pescoço da garrafa que servem como barreiras para os sedimentos, espalhando amplamente a borra em sua área, resultando em um efeito que favorece a decantação do vinho.

O pescoço: é a parte estreita da garrafa acima dos ombros, ajuda a servir o vinho de forma fluída.

O gargalo: é a última parte da garrafa, uma área robusta para conter a rolha, e gaiola, no caso dos espumantes, com firmeza e segurança.

Os tipos e funções de cada garrafa

Cada tipo de garrafa, com suas variadas formas e vidros específicos, visa atender aspectos da tradição e da cultura das viticulturas de cada região, como identificar a região produtora, a tipologia do vinho ou as castas de uva utilizadas em sua produção. Há muitos tipos de garrafa, porém, as mais comuns são:

• Champagne: uma garrafa típica da antiga província francesa de Champagne. É uma garrafa clássica e conhecida mundialmente pelos vinhos espumantes do mundo inteiro. Seus ombros são tênues e seu vidro bem espesso, para suportar a pressão interna.

 

• Francônia: uma garrafa abaloada e chata, típica da região de Franken, na Alemanha. Além dos vinhos alemães, tem engarrafado vários dos vinhos verdes portugueses.

 

• Bordalesa: oriunda da região francesa de Bordeaux. Uma garrafa de bojo cilíndrico, ombros acentuados e pescoço curto. É o tipo mais usado para vinhos tintos e rosés.

 

• Alsácia: tradicional nas regiões limítrofes da França com a Alemanha. São garrafas compridas e sem ombros. Bem conhecidas pelos vinhos brancos e leves alemães, como riesling e liebfraumilch, apresentadas mais comumente nas cores verde, caramelo e azul.

 

• Borgonhesa: garrafas típicas da Bourgogne, de bojo largo com ombros muito delgados. Tradicionalmente, utilizadas para vinhos brancos e tintos, como os pinot noir e chardonnay.

 

• Do Porto: Tipicamente portuguesas, são garrafas baixas e de ombros acentuados, produzidas em vidro grosso e projetadas para aguardar o longo envelhecimento do vinho. É o padrão mais comum para vinhos encorpados como o vinho do Porto.

 

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