Introdução aos taninos: entenda o que são

O nível de taninos presentes em um vinho é o responsável por aquela sensação de seco em nosso paladar, independentemente se é um vinho tinto ou branco, jovem ou amadurecido.

Os taninos são substâncias naturais chamadas de polifenóis e são encontrados em várias plantas frutíferas, como nas videiras, macieiras, romãzeiras, entre outros. Além de responsáveis pela pigmentação, estes polifenóis agem como um mecanismo de defesa das plantas, protegendo os frutos contra micro-organismos e insetos, especialmente enquanto os frutos ainda estão verdes.

Nas uvas, os taninos estão presentes no engaço, nas cascas e nas sementes. Por isso, quando a uva é espremida com estes componentes, o nível tânico do vinho é maior, traduzido na sensação de adstringência na boca. Por isso, nos vinhos brancos e nos rosados, os taninos são praticamente imperceptíveis ao nosso palato, pois as cascas e sementes não participam do processo de vinificação.

Uvas mais tânicas

Algumas uvas viníferas têm mais tanino que outras. Esta característica é especialmente percebida em uvas com casca mais espessa. Neste sentido, os vinhos produzidos com estes tipos de uva, em regra, são mais tânicos e com grande potencial para amadurecimento.

  • Tannat: é uma uva tinta da família da Vitis Vinifera, originalmente cultivada no sudoeste da França. É uma uva com um alto nível de taninos, reinando absoluta entre as uvas tintas.
  • Syrah: também é uma uva tinta da família da Vitis Vinifera. Sua origem é a região do Ródano, na França, mas já é cultivada em outros países, como Austrália, Portugal e Brasil.
  • Malbec: uma das uvas viníferas mais cultivadas no mundo. Sua variedade tem origem nas regiões de Cahors e Bordeaux, na França. Os vinhos produzidos a partir desta uva são frutados e muito macios, ricos em taninos.
  • Baga: Baga é da família das Vitis Viniferas, uma das mais importantes castas cultivadas na região da Bairrada, em Portugal. Os vinhos tintos produzidos a partir da Baga são tradicionais entre os portugueses e de longa guarda.
  • Cabernet Sauvignon: é a casta de uvas mais difundidas no mundo. É originária da região de Bordeaux, no sudoeste da França. Seus vinhos são caracterizados pelos taninos densos, pela cor profunda e aromas complexos.
  • Tempranillo: é uma das castas mais conhecidas da Península Ibérica. É originária da Espanha, mas muito cultivada em Portugal, na região do Douro, onde é conhecida como Tinta Roriz. Os vinhos desta uva têm boa estrutura de boca e baixa acidez, são vinhos de longa guarda, de forma que seus taninos são potencializados.
  • Trincadeira: é uma casta essencialmente cultivada no Alentejo, em Portugal. Os vinhos produzidos por esta casta têm um sabor marcante, taninos pronunciados e um aroma complexo com notas frutadas.
  • Touriga Nacional: a Touriga Nacional é originária de Portugal. É considerada a rainha das uvas viníferas portuguesas, cultivada desde o Douro até ao Alentejo. Dela obtêm-se vinhos com aromas intensos e complexos, encorpados, com taninos macios e de longo envelhecimento.

Um reforço precioso

Como foi mencionado anteriormente, os taninos estão presentes em diversas plantas. O carvalho é rico em taninos e sua madeira é a preferida para fazer os barris que as vinícolas utilizam para fermentar ou amadurecer os vinhos. No processo de maturação, o vinho tem sua estrutura enriquecida pelos taninos presentes na madeira dos barris.

Como resultado, os vinhos envelhecidos no carvalho têm taninos mais pronunciados, além de agradáveis notas amadeiradas, marcando de forma indelével a alma de vinhos elegantes.

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